Alprazolam ou Psilocibina: Qual o Melhor Caminho para Tratar a Ansiedade?

A ansiedade é um dos transtornos mentais mais comuns do mundo e afeta milhões de pessoas diariamente. No cenário atual, duas abordagens ganham destaque: o alprazolam, medicamento já consolidado na medicina, e a psilocibina, substância presente nos cogumelos mágicos (Psilocybe), que vem sendo investigada como tratamento alternativo e potencialmente revolucionário.

O alprazolam, conhecido comercialmente como Xanax®️, é uma benzodiazepina de ação rápida que atua potencializando o neurotransmissor GABA. Isso diminui a atividade neuronal, promovendo relaxamento muscular e alívio imediato dos sintomas de ansiedade.

Seus efeitos começam a ser sentidos entre 15 e 30 minutos após a ingestão e duram de quatro a seis horas. Porém, o uso contínuo pode levar à tolerância, dependência e problemas cognitivos, motivo pelo qual médicos recomendam seu uso apenas por curtos períodos e em crises agudas.

A psilocibina é um alcaloide triptamínico encontrado em várias espécies de cogumelos mágicos. Após ser ingerida, ela é convertida em psilocina, que se liga aos receptores de serotonina 5-HT2A, modulando humor, percepção e conexões cerebrais.

Estudos mostram que a psilocibina pode aumentar a neuroplasticidade, "resetando" padrões de pensamento negativos e criando novas conexões neurais. Diferente do alprazolam, seus efeitos terapêuticos podem durar semanas ou até meses após uma única sessão, quando combinada à psicoterapia de integração.

O alprazolam é ideal para quem precisa de alívio imediato em momentos de crise, mas sua ação é passageira e depende de uso contínuo, o que eleva o risco de dependência.

A psilocibina, por outro lado, não oferece alívio instantâneo, mas pode gerar transformações profundas e de longa duração no bem-estar emocional. Apesar disso, seu uso no Brasil só é permitido em contextos de pesquisa autorizada, sempre com acompanhamento profissional.

Alprazolam: indicado apenas para uso de curta duração, com alto risco de dependência se usado por períodos prolongados. Contraindicado para idosos devido ao risco de quedas e prejuízos cognitivos.

Psilocibina: pode gerar ansiedade temporária durante a sessão, exige preparo psicológico e supervisão especializada, e a molécula, como fármaco sintético, ainda não está aprovada, e tem uso restrito por lei no Brasil (Portaria SVS/MS nº 344/1998).

A decisão entre alprazolam e psilocibina dependerá do quadro clínico, da gravidade dos sintomas, do histórico médico e do acesso a acompanhamento especializado. Enquanto o alprazolam é eficaz para crises imediatas, a psilocibina, quando (e se) aprovada, poderá representar o futuro do tratamento para casos resistentes e para a ansiedade associada a doenças graves.